Há 20 anos tinha início a Guerra do Iraque, com a invasão do país do Oriente Médio por uma coalizão militar liderada pelos Estados Unidos. Os americanos derrubaram o regime de Saddam Hussein apenas três semanas depois do dia 20 de março, mas só deixaram o país quase nove anos depois. O pretexto para a guerra foi a existência das armas de destruição em massa por parte do ditador iraquiano. Mas elas nunca foram encontradas.
A guerra deixou um saldo estimado em 315 mil mortos, 120 mil deles civis iraquianos. Entre os soldados americanos as baixas superam o número de 4.500, fora 3.650 mercenários a serviço do governo Bush.
Juca Varella, um dos fotojornalistas que têm páginas dedicadas a seu trabalho no site Testemunha Ocular, cobriu a Guerra do Iraque em diversas ocasiões. Em 2003, ganhou com o jornalista Sérgio D’Ávila o Prêmio Esso de Reportagem, por fotos feitas no conflito para o jornal Folha de S.Paulo, posteriormente reunidas no livro “Diário de Bagdá”. A obra ganhará nova edição por conta da data de início dos ataques.
Juca fala da experiência:
– Cobrir a guerra foi um desejo profissional desde o início dos meus 38 anos de carreira. A ousadia da Folha de S.Paulo em enviar dois jornalistas para o front veio ao encontro desse desejo. Foi uma cobertura difícil e perigosa, mas bem-sucedida. Eu e o Sérgio D’ávila conseguimos reportar, com exclusividade e sob a ótica dos bombardeados, os maiores bombardeios desde a Segunda Guerra Mundial.
O fotógrafo retornou ao país em 2005, em 2010 e em 2013, dessa última vez novamente com D’Ávila. Ele faz uma análise do que viu:
– Hoje, 20 anos depois, um balanço rápido mostra o quão inútil foi aquele episódio. Armas químicas e de destruição em massa nunca foram encontradas; o Estado Islâmico prosperou; e o povo iraquiano ainda sofre com conflitos internos e externos e sem perspectiva de paz.
Não à toa a agência Reuters chamou o conflito de “a guerra mais impopular desde o Vietnã”.