fotógrafos IMS
Henri Ballot
Pelotas, Rio Grande do Sul, 1921 - Palhoça, Santa Catarina, 1997
EQUIPE COORDENADORIA DE FOTOGRAFIA IMS
Filho de pai francês e mãe brasileira, Henri Ballot, o Cartier-Bresson de O Cruzeiro, integrou a equipe da revista que promoveu uma revolução no fotojornalismo brasileiro, entre as décadas de 40 e 50. Para ele, os melhores fotógrafos eram o francês Jean Manzon (1915 – 1990), José Medeiros (1921 – 1990), o inglês Leonard McCombe (1923-) e talvez Indalécio Wanderley (1928 – 2001).
Nasceu em 8 de fevereiro de 1921, em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Mudou-se, aos 2 anos, para a região de Charente, na França, onde cresceu. Durante a Segunda Guerra Mundial, atuou na Resistência Francesa e integrou como piloto a Free French Air Force, na Inglaterra. Encerrou sua carreira nos ares em 1945, quando, pilotando um Bombardeiro B17, sofreu um acidente aéreo na África no qual, entre as quatro pessoas que estavam a bordo, foi o único sobrevivente.
Em setembro de 1947, chegou ao Rio de Janeiro, contratado pela Revista Rio para fotografar a alta sociedade paulistana. No mesmo ano, mudou-se para São Paulo. Em 1951, foi contratado pela revista O Cruzeiro, carro-chefe dos Diários Associados, e, entre esse ano e 1968, produziu cerca de 13 mil imagens, fotografando artistas plásticos, atrizes, bailes e desfiles de carnaval, cantores, debutantes, jogadores de futebol, políticos e socialites, além de ter testemunhado eventos cotidianos e acontecimentos importantes da história do Brasil. Ao longo da década de 50, também fez algumas contribuições para a revista A Cigarra.
Algumas de suas reportagens mais importantes foram “Gado humano” (1952), com texto de Jorge Ferreira, sobre os retirantes nordestinos em São Paulo; “Tik – a prisioneira branca dos txucarramães” (1954), com texto de Jorge Ferreira, quando, com os irmãos Villas-Boas, foram feitos os primeiros contatos com os indígenas txucarramães; “Kuarup” (1957), onde, com o repórter Jorge Ferreira, produziu uma reportagem inédita sobre essa cerimônia dos índios; “Uma foto em foco” (1956), um registro do pintor e arquiteto Flávio de Carvalho (1899 – 1973) de saias; “Antártida, silêncio branco” (1957), com texto de David Nasser, quando, pela primeira vez na história do jornalismo nacional, repórteres brasileiros foram à região; e “Novo recorde americano: miséria” (1961), uma resposta de O Cruzeiro a uma matéria publicada na revista Life, de autoria do lendário fotógrafo e cineasta Gordon Parks (1912 -2006), abordando a miséria em uma favela do Rio de Janeiro e centrada na figura de um garoto, Flávio da Silva.
No início dos anos 70, Ballot mudou-se com sua família para a Ilha Grande, no litoral fluminense. Comprou um ultraleve e recomeçou a voar. Produzia e vendia fotos aéreas da região. Após 19 anos, foi morar em São José, Santa Catarina, ao lado de um aeroclube, que deu um novo brevê para Ballot poder continuar pilotando. Estava com câncer e, segundo depoimento de sua mulher Carmen, “quando ele não conseguiu mais levantar, ele deu um tiro na cabeça”, em outubro de1997.
Nasceu em 8 de fevereiro de 1921, em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Mudou-se, aos 2 anos, para a região de Charente, na França, onde cresceu. Durante a Segunda Guerra Mundial, atuou na Resistência Francesa e integrou como piloto a Free French Air Force, na Inglaterra. Encerrou sua carreira nos ares em 1945, quando, pilotando um Bombardeiro B17, sofreu um acidente aéreo na África no qual, entre as quatro pessoas que estavam a bordo, foi o único sobrevivente.
Em setembro de 1947, chegou ao Rio de Janeiro, contratado pela Revista Rio para fotografar a alta sociedade paulistana. No mesmo ano, mudou-se para São Paulo. Em 1951, foi contratado pela revista O Cruzeiro, carro-chefe dos Diários Associados, e, entre esse ano e 1968, produziu cerca de 13 mil imagens, fotografando artistas plásticos, atrizes, bailes e desfiles de carnaval, cantores, debutantes, jogadores de futebol, políticos e socialites, além de ter testemunhado eventos cotidianos e acontecimentos importantes da história do Brasil. Ao longo da década de 50, também fez algumas contribuições para a revista A Cigarra.
Algumas de suas reportagens mais importantes foram “Gado humano” (1952), com texto de Jorge Ferreira, sobre os retirantes nordestinos em São Paulo; “Tik – a prisioneira branca dos txucarramães” (1954), com texto de Jorge Ferreira, quando, com os irmãos Villas-Boas, foram feitos os primeiros contatos com os indígenas txucarramães; “Kuarup” (1957), onde, com o repórter Jorge Ferreira, produziu uma reportagem inédita sobre essa cerimônia dos índios; “Uma foto em foco” (1956), um registro do pintor e arquiteto Flávio de Carvalho (1899 – 1973) de saias; “Antártida, silêncio branco” (1957), com texto de David Nasser, quando, pela primeira vez na história do jornalismo nacional, repórteres brasileiros foram à região; e “Novo recorde americano: miséria” (1961), uma resposta de O Cruzeiro a uma matéria publicada na revista Life, de autoria do lendário fotógrafo e cineasta Gordon Parks (1912 -2006), abordando a miséria em uma favela do Rio de Janeiro e centrada na figura de um garoto, Flávio da Silva.
No início dos anos 70, Ballot mudou-se com sua família para a Ilha Grande, no litoral fluminense. Comprou um ultraleve e recomeçou a voar. Produzia e vendia fotos aéreas da região. Após 19 anos, foi morar em São José, Santa Catarina, ao lado de um aeroclube, que deu um novo brevê para Ballot poder continuar pilotando. Estava com câncer e, segundo depoimento de sua mulher Carmen, “quando ele não conseguiu mais levantar, ele deu um tiro na cabeça”, em outubro de1997.