Num programa de televisão, dois jornalistas ingleses conversam. Depois de ver imagens da Copa de 1970, no México, Malcolm Alison pergunta a Pat Cerrand como soletrar Deus. Resposta: “É fácil: P-E-L-É”. Edson Arantes do Nascimento morreu aos 82 anos neste dia 29 de dezembro, no fim de 2022, depois de uma prolongada doença. Era um ídolo das crianças, como mostra esta imagem de Reginaldo Manente. E de todos, aqui e no mundo.
Colecionou marcas superlativas como Rei do Futebol e Atleta do Século: foi o único jogador a conquistar três Copas do Mundo, fez 1.281 gols, na sua carreira, muitos deles memoráveis, sensacionais, chutando com a perna direita e a canhota. Há imensidão de registros de dribles espantosos pela destreza e pela simplicidade. Uma vez ou outra juízes desavisados marcaram toque de mão por não acreditar que só com pés fosse possível encobrir com chapéus perfeitos zagueiros adversários. Criou estilos cobrando faltas e penaltis. Cabeceava de olho aberto, como lhe ensinou o pai, Dondinho, e com esta pontaria estufou redes inúmeras vezes.
Em 1961, depois de vir com a bola do meio do campo e driblar seis jogadores adversários, marcou no Maracanã o segundo gol na vitória de 3 x 1 do Santos contra o Fluminense. Foi aplaudido até pela torcida tricolor. O jornalista Joelmir Beting chamou o feito de “gol de placa”. E uma placa foi gravada. Desapareceu nas obras do Maracanã, mas muito mais tarde foi resgatada por jornalistas. Pelé era um presente para fotojornalistas pela fotogenia de seus gols e dribles, de suas vibrantes comemorações, de seu largo sorriso.
Pelé nasceu em Três Corações, Minas Gerais. E será sepultado em Santos, cidade onde seu futebol nasceu para o mundo.