fotógrafos IMS
Luciano Carneiro
Fortaleza, Ceará, 1926 - Rio de Janeiro, RJ, 1959
EQUIPE COORDENADORIA DE FOTOGRAFIA DO IMS
José Luciano Mota Carneiro, um dos maiores nomes do fotojornalismo no Brasil, era, segundo seu colega de profissão José Medeiros (1921 – 1990), intrépido, e suas reportagens refletiam o lado humano das coisas: “Abandona por completo as regras de fotografia para dar personalidade aos flagrantes”. Era um dos fotógrafos preferidos de Assis Chateaubriand (1892 – 1968), todo-poderoso dos Diários Associados, e foi um dos expoentes da geração que na revista O Cruzeiro revolucionou o fotojornalismo no Brasil. Destemido, apesar de sua curta trajetória, foi um jornalista bastante atuante, e, segundo Rachel de Queiroz, “… jamais pensara em morrer, só se comportava em termos de vida. Viver perigosamente sim, isso ele entendia e amava”.
Nasceu em Fortaleza, em 9 de outubro de 1926, e iniciou sua carreira aos 16 anos, em 1942, trabalhando no Correio do Ceará, como revisor auxiliar sem remuneração, sob a supervisão de Orlando Mota. Em poucos meses, teve acesso à redação, onde exerceu todas as funções. Posteriormente entrou na Ceará Rádio Clube pelas mãos do poeta, compositor e cronista Antônio Maria (1921 – 1964). Em 1947, tirou o brevê de piloto de aviação civil. Também, nesse período, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará.
Trocou um terreno que havia comprado à prestação por uma máquina fotográfica Rolleiflex e, em 1948, foi trabalhar na revista O Cruzeiro que, nessa época, direcionou-se para a produção de um fotojornalismo mais engajado e humanista. Luciano foi, ao lado de fotógrafos como Eugênio Silva (1922 – 2001), Flávio Damm (1928 – 2020), Henri Ballot (1921 – 1997), José Medeiros (1921 – 1990), Luiz Carlos Barreto (1928 -) e Peter Scheier (1908 – 1979), um dos profissionais que concretizaram essa tendência. Eles trouxeram para a revista fotorreportagens com maior ênfase na objetividade e no caráter documental e jornalístico. As reportagens de Luciano contrastavam com as de David Nasser (1917 – 1980), outro repórter de O Cruzeiro, que se destacou na produção de matérias de viés sensacionalista, estilo ao qual Luciano se opunha firmemente.
Seus fotógrafos favoritos foram o norte-americano Eugene Smith (1918 – 1978), o inglês Leonard McCombe (1923 -), o brasileiro José Medeiros (1921 – 1990) e os franceses Henri Cartier Bresson (1908 – 2004) e Jean Manzon (1915 – 1990). Este último foi o pioneiro da moderna reportagem fotográfica no Brasil.
Luciano começou fotografando com uma Rolleiflex, segundo ele, “pau para toda obra”. Depois passou a usar a Nikon e a Leica, que permitiam dispensar o flash, do qual se tornou “inimigo”. A Rolleiflex só era usada em emergências. Seus hobbies eram a leitura, a praia, o teco-teco, o xadrez, o voleibol, o automóvel, o frescobol, o cinema e o paraquedismo.
Percorreu o Brasil e o mundo, e sua carreira foi marcada por grandes sucessos. Entre 1948 e 1959, Luciano participou como repórter, fotógrafo ou personagem em centenas de matérias de O Cruzeiro. Cobriu vários acontecimentos marcantes da década de 50, como a Guerra na Coreia, a recuperação de Hiroxima, a Revolução Cubana, a coroação da Rainha Elizabeth II, copas do mundo de futebol e festivais de cinema. Realizou matérias sobre a seca no Nordeste, os jangadeiros, o cangaço e as lutas estudantis e agrárias.
Também entrevistou personalidades do cenário internacional como o médico Albert Schweitzer (1875 – 1965), a atriz Carmen Miranda (1909 – 1955), madame Chiang Kai Shek (1897 – 2003), Fidel Castro (1926 – 2016), a atriz Ingrid Bergman (1915 – 1982), o presidente do Egito Mohammed Naguib (1901 – 1984) e o marechal Tito (1892 – 1980), dentre outras.
Ao longo de 1956, foi publicada em O Cruzeiro, a sessão “Do arquivo de um correspondente estrangeiro” com matérias escritas e ilustradas por Luciano Carneiro, que de certa forma eram páginas de opinião. Foram 19 matérias de caráter bastante autoral com imagens influenciadas pela fotografia humanista do período pós-guerra.
A trajetória de Luciano Carneiro foi tragicamente interrompida quando, em 22 de dezembro de 1959, aos 33 anos, morreu em um acidente de avião quando voltava de Brasília, para onde havia ido fotografar o primeiro baile de debutantes da nova capital, às vésperas da inauguração da cidade.
O Viscount da Vasp onde viajava chocou-se com um Fokker de treinamento da FAB em movimentação irregular e caiu sobre uma casa no bairro de Ramos, subúrbio do Rio de Janeiro, matando 42 pessoas. O jornalista Benjamin Soares Cabello (? -1959), colaborador de O Cruzeiro, também faleceu no acidente.
No dia seguinte à sua morte, seus colegas de O Cruzeiro lhe prestaram uma homenagem na sede da revista, envolvendo seu caixão com fitas negro-amarelas e invólucros de filmes fotográficos.
Nasceu em Fortaleza, em 9 de outubro de 1926, e iniciou sua carreira aos 16 anos, em 1942, trabalhando no Correio do Ceará, como revisor auxiliar sem remuneração, sob a supervisão de Orlando Mota. Em poucos meses, teve acesso à redação, onde exerceu todas as funções. Posteriormente entrou na Ceará Rádio Clube pelas mãos do poeta, compositor e cronista Antônio Maria (1921 – 1964). Em 1947, tirou o brevê de piloto de aviação civil. Também, nesse período, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará.
Trocou um terreno que havia comprado à prestação por uma máquina fotográfica Rolleiflex e, em 1948, foi trabalhar na revista O Cruzeiro que, nessa época, direcionou-se para a produção de um fotojornalismo mais engajado e humanista. Luciano foi, ao lado de fotógrafos como Eugênio Silva (1922 – 2001), Flávio Damm (1928 – 2020), Henri Ballot (1921 – 1997), José Medeiros (1921 – 1990), Luiz Carlos Barreto (1928 -) e Peter Scheier (1908 – 1979), um dos profissionais que concretizaram essa tendência. Eles trouxeram para a revista fotorreportagens com maior ênfase na objetividade e no caráter documental e jornalístico. As reportagens de Luciano contrastavam com as de David Nasser (1917 – 1980), outro repórter de O Cruzeiro, que se destacou na produção de matérias de viés sensacionalista, estilo ao qual Luciano se opunha firmemente.
Seus fotógrafos favoritos foram o norte-americano Eugene Smith (1918 – 1978), o inglês Leonard McCombe (1923 -), o brasileiro José Medeiros (1921 – 1990) e os franceses Henri Cartier Bresson (1908 – 2004) e Jean Manzon (1915 – 1990). Este último foi o pioneiro da moderna reportagem fotográfica no Brasil.
Luciano começou fotografando com uma Rolleiflex, segundo ele, “pau para toda obra”. Depois passou a usar a Nikon e a Leica, que permitiam dispensar o flash, do qual se tornou “inimigo”. A Rolleiflex só era usada em emergências. Seus hobbies eram a leitura, a praia, o teco-teco, o xadrez, o voleibol, o automóvel, o frescobol, o cinema e o paraquedismo.
Percorreu o Brasil e o mundo, e sua carreira foi marcada por grandes sucessos. Entre 1948 e 1959, Luciano participou como repórter, fotógrafo ou personagem em centenas de matérias de O Cruzeiro. Cobriu vários acontecimentos marcantes da década de 50, como a Guerra na Coreia, a recuperação de Hiroxima, a Revolução Cubana, a coroação da Rainha Elizabeth II, copas do mundo de futebol e festivais de cinema. Realizou matérias sobre a seca no Nordeste, os jangadeiros, o cangaço e as lutas estudantis e agrárias.
Também entrevistou personalidades do cenário internacional como o médico Albert Schweitzer (1875 – 1965), a atriz Carmen Miranda (1909 – 1955), madame Chiang Kai Shek (1897 – 2003), Fidel Castro (1926 – 2016), a atriz Ingrid Bergman (1915 – 1982), o presidente do Egito Mohammed Naguib (1901 – 1984) e o marechal Tito (1892 – 1980), dentre outras.
Ao longo de 1956, foi publicada em O Cruzeiro, a sessão “Do arquivo de um correspondente estrangeiro” com matérias escritas e ilustradas por Luciano Carneiro, que de certa forma eram páginas de opinião. Foram 19 matérias de caráter bastante autoral com imagens influenciadas pela fotografia humanista do período pós-guerra.
A trajetória de Luciano Carneiro foi tragicamente interrompida quando, em 22 de dezembro de 1959, aos 33 anos, morreu em um acidente de avião quando voltava de Brasília, para onde havia ido fotografar o primeiro baile de debutantes da nova capital, às vésperas da inauguração da cidade.
O Viscount da Vasp onde viajava chocou-se com um Fokker de treinamento da FAB em movimentação irregular e caiu sobre uma casa no bairro de Ramos, subúrbio do Rio de Janeiro, matando 42 pessoas. O jornalista Benjamin Soares Cabello (? -1959), colaborador de O Cruzeiro, também faleceu no acidente.
No dia seguinte à sua morte, seus colegas de O Cruzeiro lhe prestaram uma homenagem na sede da revista, envolvendo seu caixão com fitas negro-amarelas e invólucros de filmes fotográficos.