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EM FOCO

Rogério Reis

Rio de Janeiro, RJ, 1954
EQUIPE TESTEMUNHA OCULAR

“Minha guinada para a fotografia se deu no ambiente da repressão política e da contracultura dos anos 70, no Rio, quando parte da minha geração buscava profissões menos previsíveis.

Com o tempo o sonho foi ganhando sentido e forma através das ações educativas com os professores Georges Racz (Laboratório Experimental no Bloco Escola do MAM-RJ), Peter Gasper (técnicas de Iluminação na UERJ), Dick Welton (Sistemas de zonas por Ansel Adams, estúdio no Leme), David Zingg (retratos no estúdio do Jardim Botânico) e também nos ‘Domingos da Criação’ do Frederico Morais (MAM-RJ) e Alair Gomes (observações de campo em Ipanema).

Em 1977, já cursando Comunicação Social na Universidade Gama Filho, fui selecionado através do programa Universidade Empresa para a minha primeira experiência profissional como estagiário no Jornal do Brasil. Quando lá cheguei, depois da entrevista com Walter Fontoura, então Diretor de Redação, fui visitar as instalações do jornal e fiquei impactado em ver que todos os ambientes dos nove andares daquele imenso prédio eram decorados com fotos do super time de fotógrafos da casa. Tenho orgulho de ter atuado como fotógrafo no JB no período da Anistia às Diretas Já.

Após as experiências no O Globo e na revista Veja, fui fisgado em 1984 pela agência F4, grupo de fotógrafos que buscava autossuficiência na produção e distribuição das suas pautas. Nesse ambiente desenvolvi trabalhos como Carnaval na Lona e Surfistas de trem do ramal de Japeri.

Em 1989 Claus Meyer, Ricardo Azoury e eu criamos a Tyba, acervo de fotos especializado na cena brasileira, com produção ativa de fotógrafos nas principais capitais brasileiras.

Colaborei com a revista Piauí por dois anos (2007/2008) a convite da editora Dorrit Harazim onde publicamos o ensaio fotográfico Av. Brasil 500 sobre a antiga sede do Jornal do Brasil.

Com influência da fotodocumentação, sigo produzindo diálogos com as questões urbanas do Rio. Nesse sentido fiz o Ninguém é de Ninguém, uma crônica de hábitos e costumes nas praias do Rio onde procuro evidenciar que o direito de imagem é hoje um importante nó na circulação de imagens pelo mundo”.

Surfistas de trem no ramal de Japeri: a foto foi exposta na Maison Européenne de la Photographie, em Paris. Rio de Janeiro, 1989. Acervo pessoal