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Foto Histórica

A Copa de Garrincha

EQUIPE TESTEMUNHA OCULAR

O Brasil estreou com vitória na VII Copa do Mundo, realizada em 1962, no Chile. No dia 30 de maio, no estádio de Sausalito, em Viña del Mar, a seleção venceu o México por 2 a 0, gols de Zagalo e Pelé. Também faziam parte do grupo desse balneário a 120 quilômetros ao norte de Santiago as seleções da Tchecoslováquia (país hoje dividido entre a República Tcheca e a Eslováquia) e da Espanha.

No jogo seguinte, dia 2 de junho, contra a Tchecoslováquia, Pelé encerraria prematuramente a sua participação na Copa. Aos 25 minutos do primeiro tempo, ao chutar violentamente, de canhota, uma bola que explodiu na trave do goleiro Schroif, ele distendeu o músculo costureiro da coxa esquerda. Na época, não havia substituições durante as partidas. Pelé ficou mais algum tempo em campo, até ter que deixar o gramado. O jogo acabou 0 a 0.

Na última partida da fase de grupos, contra a Espanha, entrou no lugar de Pelé um jovem meia-esquerda do Botafogo, Amarildo. Adelardo, meia-direita espanhol, fizera o primeiro gol e teve um segundo anulado pelo árbitro chileno Sérgio Bustamante. A situação era preocupante, com os espanhóis dominando comodamente a partida, mas, no segundo tempo, Amarildo, que jogava muito e tinha estrela, empatou e ainda marcou o segundo gol a dois minutos do final.

Com o primeiro lugar na chave, o Brasil ganhou o direito de continuar em Viña del Mar para receber no dia 10 de junho, pelas quartas-de-final, a Inglaterra, segunda do grupo que estava em Rancágua. Foi o auge do recital que Garrincha deu naquele campeonato. Na ausência de Pelé, ele tomou para si a responsabilidade de ir com frequência para o centro do ataque. Fez de cabeça o primeiro gol e de canhota o terceiro, quase da marca do pênalti. O resultado final foi 3 a 1.

O Brasil disputou a semifinal com o dono da casa, o Chile, a 13 de junho, no Estádio Nacional, em Santiago. Garrincha abriu 2 a 0 e, no segundo tempo, Vavá fez outros dois. A partida terminou 4 a 2.

Contra o Chile, Garrincha foi expulso pela única vez na vida e, quando saía, levou uma pedrada na cabeça. A suspensão para o jogo seguinte era automática, mas houve recurso e ele pôde jogar a final dali a quatro dias. Com cabeça enfaixada e febril.

No domingo, 17 de junho de 1962, no Estádio Nacional, em Santiago, reencontravam-se Brasil e Tchecoslováquia.  Masopust, o craque e capitão tcheco, inaugurou o placar. O gol do empate foi de Amarildo. O segundo gol brasileiro, de Zito. Amarildo, que era canhoto, “centrou” da esquerda e Zito, que avançara pela direita do ataque, subiu para cabecear.

Vavá marcou o terceiro, empurrando para as redes uma bola alçada na área e que literalmente lhe caiu aos pés, solta pelo melhor goleiro do campeonato, Schroif, cegado pelo sol naquele momento a pino na capital chilena. A final terminou 3 a 1 para o Brasil, bicampeão mundial.

A Copa de 1962 foi de Garrincha, eleito o melhor jogador do torneio. Ele, que já tinha brilhado em 1958, fez gols de cabeça, com a perna esquerda (que não era a melhor) e até de cobrança de falta. Foi também a Copa que apresentou ao mundo Amarildo, autor de gols decisivos da conquista que está completando 60 anos neste mês de junho.

Pelé duela com jogador tcheco em partida em que se machucou no primeiro tempo. Era o segundo jogo do Brasil e Pelé ficou fora da Copa
Amarildo cercado de jogadores da Espanha no jogo em que fez gols decisivos que classificaram o Brasil
Garrincha faz de cabeça o primeiro gol contra a Inglaterra na vitória brasileira por 3 x 1
Amarildo disputa a bola no jogo contra a Inglaterra
No jogo semifinal da Copa o Brasil derrota o Chile por 4 x 2
De cabeça, Zito faz o segundo gol do Brasil na final contra a Tchecoslováquia
Vavá vê a bola entrando no gol (o terceiro) que selou a vitória contra a Tchecoslováquia na final da Copa
Multidão recebe a seleção bicampeã no aeroporto do Galeão, Rio de Janeiro
O IMS envidou todos os esforços para identificar e localizar os autores das obras fotográficas publicadas neste site, e agradece toda informação suplementar a respeito.
o goleiro tcheco, Schroif, foi surpreendido com um chute quase sem ângulo de Amarildo no primeiro gol do Brasil na final da Copa de 1962