Celebrar o Candomblé
EQUIPE TESTEMUNHA OCULAR
As religiões de matriz africana são alvo constante de preconceitos e ataques. Para combater a intolerância religiosa e homenagear essas crenças, o presidente Lula sancionou em janeiro o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, comemorado a 21 de março. A data foi escolhida porque este é o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, estabelecido pela ONU em memória às 69 vítimas do massacre de Sharperville, bairro negro da África do Sul, ocorrido durante o apartheid.
O projeto que originou a lei é de autoria do deputado Vicentinho (PT-SP). No texto da justificativa, ele argumentou que a proposta era uma “justa homenagem a esta religião tão popular no nosso país e que tanto contribui para a preservação das raízes africanas originais formadoras do nosso povo”.
Dois fotojornalistas que têm páginas dedicadas a seus trabalhos no site Testemunha Ocular têm registrado ao longo dos anos a cultura afro-brasileira. Amanda Tropicana, mulher negra e de candomblé, trabalha como fotógrafa desde 2005 em Salvador, na Bahia, concentrando sua atenção sobretudo no cotidiano, nos ritos e nos costumes do povo negro. No alto da página, uma foto que Amanda tirou da Lavagem do Bonfim, em Salvador, na Bahia, tradição religiosa iniciada no século XVIII que reúne milhares de fiéis.
Já Edgar Rocha, paulistano radicado no Maranhão, documenta festas populares e religiosas de São Luís, no Maranhão. Tem uma coleção importante de fotos do terreiro de Pai Euclides, um dos babalorixás mais importantes do Brasil, que morreu em agosto de 2015. A Casa Fanti Ashanti, fundada em 1958, é um centro de tradições afro-brasileiras sagradas e profanas, como o Candomblé, o Tambor de Mina, a Cura, o Baião de Princesas, o Canjerê, o Tambor de Taboca, o Divino Espírito Santo e o Samba de Angola.